Minha mesa, onde passei meus maiores momentos de glória. O pavor, o pavor. Me possui de uma forma inesperada. Como se fosse um demônio possuindo o grotesco e repugnante corpo de uma pessoa comum. Pessoas comuns me trairam e ma traem a todo instante.
Arma e minha mão.
Minha mão, o curvado golpe mortal ao fim de todas as coisas. O horror, o horror. Eu o abraço, purificando assim minha suja e obscura alma. A alma, comunicação entre mente e corpo. Meu corpo, onde se localizam meus olhos, frios e com movimentos calculistas. O cálculo, ferramenta base para os pensamentos mais brutais e sangüinários imaginados na mente humana. A mais secreta e obscura ferramenta usada por mim. A mente, esta sim. Lembranças permanecem. Desde um doce e delicado beijo de uma ingênua e meiga criança, sentido em seu rosto à mais selvagem e ardente transa de inesquecíveis três horas.
Arma em minha cabeça.
Minha cabeça, o mais importante item na realização de meus desejos mais íntimos. O amor, o amor. Já o perdi, junto com todos estes pensamentos que consegui ter em apenas 10 Segundos que me levaram ao mais triste e angustioso destino.
Escrito por Eddy Uivo-Certeiro, em agosto de 2000.